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Fazenda da Barra


A fazenda teve origem na divisão da sesmaria do Coronel Luiz Antônio Souza e Bernardo Guedes Barreto. Em meados do século XIX, José Guedes de Souza, o Barão de Pirapitingui assume a liderança da fazenda da Barra que recebera de herança paterna. Ele nasceu em 25/04/ 1830. Recebeu também o título de Tenente Coronel da Guarda Nacional. Foi grande fazendeiro de café nas regiões de Mogi-Mirim, Santa Rita do Passa Quatro e possuía terras no Estado do Paraná. Era filho de Vicente Guedes Barreto e de Matilde de Sousa Camargo. Era bisneto de Barreto Leme, fundador de Campinas, por muitos anos, teve a Fazenda da Barra como sede de seu domicílio. Casou-se em 1862 com Carolina Leopoldina de Almeida Lima, de família de cafeicultores de Limeira. Tudo leva a crer ter sido ele o construtor da sede, em meados do século XIX. Majestosa construção que foi ampliada nos tempos áureos do café, precedidos pelo curto ciclo da cana de açúcar. Assim que se cruza a Ponte sobre o Rio Camanducaia, no Bairro de Guedes, descortina-se a paisagem em arcos, revestidos de eras, construídos nos meados do século XIX. Estes arcos sustentavam um aqueduto cujas águas serviam a casa grande de aproximadamente 25 cômodos, lavavam o café, no terreiro em frente, e giravam enorme roda de madeira que movimentava máquinas, impulsionava grande serra, na serraria, diante da sede.O aqueduto com amarração em pedras, construído por tijolos, cal, areia, barro, sistema de vedação. Tijolos feitos a mão em fôrma de ferro, peso médio de 5kg. Canalizava as águas do Ribeirão Camanducaia-Mirim que servia a sede, alimentava as rodas d’água impulsionando os moinhos e serras, servia aos trabalhos gerais da fazenda.  Em seguida, por um lado a visão da casa grande roxo-terra. Nos porões a técnica construtiva utilizada nas paredes foi a taipa de pilão sobre o embasamento em alvenaria de pedra. Algumas paredes dos cômodos da sede são de taipa de mão. Era uma técnica que envolvia um estrutura de madeira (gaiola), constituído pelos paus-a-pique na vertical e o ripado na horizontal, amarrados com cipós de embira. Sobre a gaiola, o barro molhado era arremessado com a mão nas duas faces e arrematado com reboco. Técnica taipa de mão (barro era em terra vermelha misturada com palha, capim e estrume de vaca). Outras paredes de tijolos, cal e areia, pois a sede da Fazenda da Barra foi reformada e ampliada nos tempos áureos do café. Nela havia lavatórios de porcelana pintados em azul ou rosa, trazidos de Paris. Havia ali mobília entalhada da Europa, móveis de Cana da Índia. As paredes foram pintadas por hábeis artistas. A parte lateral da sede voltada para o Rio Camanducaia é marcada pelas amplas janelas retangulares em verga reta, vidraça em guilhotina e venezianas encimadas por bandeiras simples e na parte inferior é marcada por seus porões. Há entrada e saída secundária dos cômodos internos do casarão. Escadaria que levava ao quintal e quartos de serviço.  Os porões eram utilizados pelos serviçais negros, e depois imigrantes italianos. A fachada principal da sede é marcada pelo gradil de ferro fundido, construído pelo Tenente Coronel José Guedes de Souza, Barão de Pirapitingui, nos meados do século XIX. O espaço destinado a tulha está conjugado à casa de máquinas que era impulsionada pela roda d’água. Á frente ficava o terreiro em piso atijolado posicionado em um patamar acima, onde se secava e lavava o café, fazendo parte do conjunto arquitetônico da sede da fazenda. As telhas de barro feitas à mão eram moldadas nas próprias coxas dos escravos, aqueles que construíram a sede. Distante dela há o paiol com pilares em tijolos, edificações suspensas, cercado lateralmente por varas de eucalipto, amarradas por cipó. A segunda capela da Fazenda da Barra foi construída pelo Sr. Joaquim Machado de Souza, inaugurada em 1939. Piso original hidráulico, portas e janelas eram em madeira maciça de lei. Manteve-se a padroeira Santa Isabel. A grande tulha, a casa de máquinas, o terreiro de café ladrilhado, tudo era servido por outra roda d’água a executar, outrora, muitos ofícios. Neste período o capitão alterna residência entre a casa na cidade de Mogi-Mirim e a sede na área rural.  Ali o forte braço negro produzira açúcar, agora café. No final do sistema escravista, a fazenda recebeu grande número de imigrantes italianos para trabalhar na plantação do café. Tal Patrimônio Histórico apareceu registrado no jornal italiano “O Fanfula.” Ele documenta a presença maciça da imigração na virada do século XX, como lavradores de café e noticia a boa acolhida aos italianos pela digna Família Guedes, assim como a tradição oral comenta sua bondade para com os negros. O capitão José Guedes de Souza muda-se para casarão na capital e deixa a fazenda para seu 2º filho, José Alves Guedes. Este assume a fazenda com 1500 alqueires, sendo 150 utilizados para a cultura do café. Durante a década de 1920 a movimentação na fazenda era intensa. Festas religiosas na Capela de Santa Isabel, missas, procissões, foguetório, Banda e leilões registrados pelo jornal “A Comarca”. A esposa de José Alves Guedes, dona Siomara Penteado pertencia à rica e tradicional família paulistana. A morte de José Alves Guedes ocorreu pouco antes da crise do café, em 1929.  Foi uma crise econômica mundial. Houve a quebra da Bolsa de Valores de Nova York. Havia muito café no mercado e pouca demanda. No Brasil aconteceu a queima dos cafezais. Muitos cafeicultores empobreceram da noite para o dia. Venderam, a prazo, parte de suas terras, em pequenos sítios, para seus colonos, a quem deviam. Assim formou-se o Bairro Capotuna e outros.  A viúva, Siomara Penteado Guedes, vende em 1932, a área de 400 alqueires que constituía a fazenda, naquela época, ao Sr. Joaquim Machado de Souza, abastado fazendeiro de Ribeirão Preto A negociação teve início em julho de 1932, no entanto, devido à Revolução Constitucionalista, a venda foi prorrogada. Nesta época tropas mineiras grafitaram as paredes da sede: “Minas há de abater o orgulho de São Paulo.” O novo proprietário casado com D. Zenaide Ferreira Machado, com sua família fixa residência na fazenda e mantém, em parte, a produção de café. Também introduziu algumas novas culturas.Na década de 1950 a produção continua intensa e a fazenda conta com trinta famílias residentes. Nas últimas décadas, pequenos lotes foram desmembrados da área total e, em 2008, a sede e uma área envoltória de 16 alqueires foram adquiridas pela Prefeitura Municipal de Jaguariúna. A área remanescente permanece como propriedade da família e, atualmente, produz cana de açúcar para usina- Usina Virgulino de Oliveira, no Município de Itapira - SP. O restauro do complexo arquitetônico tem sido uma epopéia, porém o amor à causa histórica venceu os percalços e vai devolver ao Patrimônio Histórico e Público de Jaguariúna e aos cidadãos o mais lídimo direito de cidadania, o direito à sua História.  Tomaz de Aquino Pires.

Aberta para visitação -  mediante agendamento para visitação guiada com abertura de protocolo na prefeitura

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