A Prefeitura de Jaguariúna, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, vai lançar na próxima semana uma campanha que tem o objetivo de incentivar a doação de órgãos. No Brasil, a Lei 9.434/1997, conhecida como “Lei dos Transplantes”, prevê a realização periódica de campanhas de incentivo à doação de órgãos, que depende de autorização da família ou pode ser feita ainda em vida.
Muitas pessoas têm receio de autorizar a doação de órgãos de parentes ou simplesmente rejeitam essa opção por vários motivos. Outras, no entanto, compreendem a importância desse gesto de solidariedade e altruísmo, que pode salvar várias vidas.
Esse é o caso de Thaina Thaís Miguel Elias, de 26 anos, moradora de Jaguariúna que autorizou a doação de órgãos da filha Maria Alice, de um ano e três meses, que faleceu este mês após se afogar numa piscina e permanecer hospitalizada por sete dias.
“Ela teve uma parada cardiorrespiratória, ficou sete dias internada na UTI, mas acabou tendo morte encefálica”, conta a mãe, que é escriturária no Hospital Municipal Walter Ferrari e tem mais duas filhas. “Está sendo bem difícil a perda dela, ela era tudo para mim e para a minha família, junto com as duas irmãzinhas que ficaram, mas estamos tentando ser fortes pelas duas”, diz.
Thaina conta que foram doados os dois rins, o fígado e o coração – que, segundo a mãe, foi transplantado em uma menina de um ano e três meses, mesma idade de Maria Alice –, além das córneas.
Mesmo num momento de perda e sofrimento, ela destaca a importância da doação de órgãos. “Sempre tive essa vontade em mim de doar os meus órgãos e sempre deixei claro para a minha família. Acho muito importante esse ato”, afirma Thaina. “Fico imaginando as mães que passam anos nesses lugares (hospitais), esperando um órgão para o filho. Por isso, não tive dúvida quando o pessoal da captação veio conversar comigo e autorizei a doação de todos os órgãos da Maria Alice.”
COMO FAZER PARA SER UM DOADOR DE ÓRGÃOS?
Segundo o Ministério da Saúde, quem deseja ser um doador de órgãos deve informar a família, para que após a morte os familiares possam autorizar a doação e retirada dos órgãos e tecidos.
No Brasil, a doação de órgãos e tecidos só é realizada após a autorização familiar.
Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista de espera. A lista é única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Por isso, é necessário conscientizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos e tecidos e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto, deixando clara sua intenção de doar.