Os cientistas são unânimes em afirmar que 2023 deverá ser o ano mais quente da história, ou pelo menos desde que os registros climáticos começaram a ser feitos, em 1850. Devido às frequentes ondas de calor, estima-se que a temperatura média global fixe um novo recorde de 1,7°C acima dos níveis do final do século 19.

Os cientistas acreditam que as temperaturas extremas tenham sido “impulsionadas por uma poderosa combinação de poluição por gases com efeito estufa, pela volta do padrão climático natural El Niño" e por uma série de outros fatores, como incêndios de grandes proporções.

Os reflexos desses fenômenos climáticos são sentidos em várias partes do mundo, incluindo todas as regiões do Brasil. Na região de Campinas, a onda de calor prolongada – com temperaturas que chegam à casa dos 40°C – tem castigado os municípios, sobretudo na questão da água.

Com o calor extremo, o consumo de água mais que dobrou na maioria das cidades da região, sobrecarregando os sistemas de abastecimento. Vários municípios já enfrentam problemas no abastecimento na região, como Amparo, Cosmópolis, Indaiatuba, Jaguariúna, Mogi Guaçu, Piracicaba e Vinhedo. 

Diante desse desafio, as prefeituras têm aumentado os investimentos em abastecimento e distribuição de água tratada. Jaguariúna já investiu mais de R$ 20 milhões nos últimos quatro anos. A Prefeitura de Jaguariúna construiu uma nova Estação de Tratamento de Água, a ETA 5, inaugurada em outubro do ano passado, ampliando a capacidade em 50 litros por segundo, e já está em obras a ETA 6, que será inaugurada em março de 2024 e vai garantir mais 50 litros por segundo de água tratada.

Com isso, Jaguariúna passou de uma vazão hídrica de 175 litros por segundo para 230 l/s, devendo atingir os 300 l/s com a ETA 6, o suficiente para atender a uma população de 140 mil habitantes – hoje Jaguariúna possui 60 mil habitantes.
Além disso, a Prefeitura também concluiu o novo complexo de reservatórios da cidade, com capacidade para reservação de quase 5 milhões de litros. O próximo passo será a realização de obras e ações para reduzir as perdas na distribuição de água. 

POPULAÇÃO PODE AJUDAR
Os cientistas também alertam que a população deve fazer a sua parte, dando sua contribuição para o meio ambiente. Um gesto simples, mas que contribui muito para o meio ambiente, é evitar o desperdício de água, sobretudo nesses tempos em que as ondas de calor são cada vez mais intensas e prolongadas. A população pode colaborar não lavando calçadas, quintais, carros ou enchendo piscinas.

No início deste mês, pesquisadores do observatório europeu Copernicus anunciaram que 2023 deve terminar como o ano mais quente da história. Os dados mostram que o último mês de outubro foi o mais quente do mundo nesse período.
O outubro deste ano bateu o recorde mais quente da história, superando o de 2019, que tinha registrado o maior índice até então.