Primeiros moradores de Jaguariúna
Substancial pesquisa histórica para a Casa da Memória Padre Gomes de Jaguariúna apresentou - nos o historiador Dr. José Eduardo Pimentel de Godoy da cidade de Amparo. Assim que recebeu a obra publicada por esta casa, “Jaguariúna no curso da história” /coordenação e textos de Suzana Barreto Ribeiro, Sec. Mun. Educação /2008, julgou-a excelente e tal volume incentivou-o em mais uma pesquisa sobre os primeiros moradores do Jaguari.Veio visitar-nos e presenteou-nos com sua pesquisa. Pelo fato de Jaguary pertencer ao município de Mogi-Mirim, ele realizou primeiramente rápida busca nos arquivos que copiou da Cúria Diocesana de Amparo, nos Livros de Registro de Batizados de números 4,5 e 6, da Paróquia de São José de Mogi-Mirim. Nos tempos anteriores à República os registros eram feitos apenas pelos livros da Igreja. Depois da Proclamação da República surgiram os cartórios. O historiador declara que pesquisou também na “Genealogia Paulistana” do consagrado genealogista Luiz Gonzaga da Silva Leme, procurando localizar os primeiros moradores do então “bairro do Jaguari”. Registra que naquela época já era possível encontrar mais de duas dezenas de famílias de moradores que batizaram seus filhos na citada Igreja entre 1795 e 1810. O historiador acrescenta que na Genealogia Paulistana e em outros repertórios de famílias ele descobriu ilustres descendentes desses pioneiros: o Barão de Ataliba Nogueira, gente do conde de Pinhal, e do Barão Geraldo de Rezende, os deputados federais Ataliba Nogueira e Cunha Bueno, e dezenas de outras pessoas. Penso, agora, se pudermos nos lançar em mais pesquisas, quantas surpresas as famílias de ascendência portuguesa e espanhola, poderão ter ao encontrar seus antecedentes nestas primitivas famílias do velho São Paulo. Sabemos que lá nas bandas do Tanquinho Velho, Jaguari, no final dos 1700 e início dos 1800, era apenas uma parada no caminho dos Goiases. Aqui era um local estratégico, à margem de um rio fácil de transpor, cercado de bons pastos, à meia distância entre Campinas e Mogi-Mirim. Este local desde o começo do século XVIII já havia sediado um posto fiscal onde a Coroa Portuguesa cobrava impostos e reprimia o contrabando de ouro. Ele conclui suas observações afirmando que, mesmo naqueles primeiros tempos o Jaguary já era habitado por um povo ativo e empreendedor, que superou a aspereza do solo, a distância da capital e o abandono em que o governo da capitania mantinha em toda a região. Afirma que aqueles dias foram superados, porém é bom registrar o nome daqueles que viveram a epopeia do desbravamento do interior do país. Em seguida apresentou sua pesquisa dos primeiros batizados registrados do Jaguary. Citava a filiação, o nome dos padrinhos e o local do Jaguary. Em 1795- o historiador apresentou o registro de 3 batizados. Exemplo: “Antonia - Aos 12/7/1795 annos, nesta Matriz de Sam Jozé de Mogi-Mirim baptizei e pus os santos óleos a Antonia, innocente, filha legitima do Capitão Jozé de Morais Preto, e dona Gertrude M. da Luz: Forão Padrinhos o sargento Mor Antonio da Cunha Lobo, cazado e morador na cidade de São Paulo, e Barbara, solteyra, filha legítima do Capitão Antonio Correa Barboza (sesmeiro> Faz.Jaguary/ Santa Úrsula), e dona Anna da Roxa, moradores no Sítio do Jaguari, meus fregueses de que is este assento” Ant.º do Prado de Syqr.ª” “ Anna Aos 16/05/1795 annos, nesta Matriz de Sam Joze de Mogi Mirim, baptizei e pus os santos óleos a Anna, filha legitima de Faustino, mulato escravo do capitão Joze dos Santos Cruz, e de Josepha M. mullata forra: forão Padrinhos Manuel de Oliveira, e sua mulher Elena do Prado, meus freguezes e moradores no Sitio do...... sage... de que fis este assento. Ant.º do Prado de Syqr.ª. De 1795 a 1810, o citado historiador trouxe para o acervo o registro de 26 batizados. Apresentou também “Notas Genealógicas sobre esses moradores de Jaguari pesquisados em Silva Leme ou na Documentação Eclesiástica. Tomaz de Aquino Pires