Biografia
Padre Antônio Joaquim Gomes nasceu em Remanso, Bahia, em 14 de fevereiro de 1907. Filho de Procópio Joaquim Gomes e Maria Joana Viana Gomes. Cursou o primário em sua terra natal onde, jovem, tornou-se alfaiate e músico da sinfônica local.
Cresceu aos pés da “Virgem do Rosário / Do Remanso a Protetora”. Atingindo a maioridade mudou-se para Araçatuba, SP. Viveu ali por sete anos morando com o irmão.
Em 1932 iniciou o curso secundário no Ginásio Diocesano Santa Maria, em Campinas – Seminário Menor – recebeu bolsa de estudos. Partiu para Mariana, MG, onde cursou no Seminário Maior, São José, Filosofia e Teologia (1937 a 1942).
Foi ordenado sacerdote em 06 de dezembro de 1942, em Campinas, pelo Bispo D. Paulo de Tarso Campos. Partiu para Leme e Rio Claro como vigário paroquial (coadjutor 1943 a 1947).
Chegou a Jaguariúna como Pároco Titular em 17de agosto de 1947.
Exerceu com dedicação plena seu sacerdócio: “O zelo por tua casa me consome”, Isaías. Piedade franciscana, voto de pobreza, responsabilidade. Cumpria à risca as cerimônias do calendário litúrgico. Nunca tirou um dia para seu descanso. Dizia que veio para servir, não para ser servido.
Repetia sempre o Padre Vieira: – “Palavra sem exemplo é tiro sem bala”.
Severo e rigoroso, seu dizer era firme: sim, sim / não, não. Nada o demovia de suas decisões.
Cativou o seu rebanho por sua dedicação e piedade de vida, amando e formando as suas ovelhas.
Deu ânimo novo às organizações religiosas: Cruzada Eucarística, Pia União das Filhas de Maria, Congregados Marianos, Irmãos do Santíssimo, Liga de São José, Apostolado da Oração, Irmandade de São Benedito.
Foi bravo e conservador no pontificado do Papa Pio XII. Parecia o Cura D’Ars.
Repetia as palavras, num sotaque baiano, de S. João Batista M. Vianney: – “O baile é uma corrrrda que o démônio arrasta para o inferrrrno”.
Com o Papa João XXIII (1958 a 1963) e com o Concílio Ecumênico Vaticano II iniciou-se um processo de abertura da Igreja e acolhimento aos fiéis.
Sempre fiel e obediente à Igreja renovou e inovou toda a sua organização litúrgica.
Celebrava na Matriz e nas capelas dos bairros. De antes do sol nascer até alta lua, seu dia era pleno de adoração a Jesus e veneração a Maria. Tudo com Jesus, nada sem Maria.
Criou as primeiras Cavalarias de Santo Antônio, de 1949 a 1951.
Missas, comunhões, confissões, batizados, casamentos, unções nos enfermos, rezas, terços, ladainhas, procissões, exposições do S.S. Sacramento, bênçãos, coroações de Nossa Senhora, romarias, festas religiosas, quermesses, preenchiam a sua rotina sacerdotal.
Quando Jaguariúna era distrito pacato, ele foi o pioneiro na assistência social. Cedeu a Casa Paroquial para servir. Fez seu quarto na Dispensa e montou na casa um dispensário, colocou médico, dentista, advogado. Ao correr dos anos foi criando a primeira creche, o Natal dos Pobres e o Lar dos Velhinhos. Para esportes, lazer e cultura adquiriu uma quadra que se tornou o Campo do Padre e a quadra do hospital, nesta se construiu a Nova Matriz. Construiu, na década de 50, o prédio do cinema com várias salas de ensino para a catequese, cursos das pastorais, corte e costura, datilografia, etc.
Construiu três igrejas: Santa Rita de Cássia (Jd. Santa Cruz), N. S. Aparecida (Jd. Roseira de Baixo), a 1ª Igreja de São Benedito (Jd. Roseira de Cima), e construiu o primeiro salão paroquial no Bairro Dr. João Aldo Nassif.
Ele reservou terrenos nos bairros existentes até então para que seu sucessor pudesse construir futuras igrejas.
Com 83 anos, celebrando, no mínimo, cinco missas dominicais, a seu pedido, entregou a Paróquia a seu sucessor, o Cônego Veríssimo, em 01 de outubro de 1990.
Recusou-se a morar no Retiro dos Padres em Campinas. Ficando lá, não veria o seu povo diariamente.
Continuou celebrando concorridas missas. Atendia, diariamente, aos fiéis na casa de fundo de quintal onde se instalou. Sua alegria era a nossa visita. Confessava os fiéis, dava aconselhamentos e bênçãos. Era procurado por nós e pelos irmãos das cidades de Campinas e de Pedreira, principalmente.
Participava da Mesa de Renovação Carismática Católica de Campinas. Era um confessor muito requisitado.
Freqüentava em todas as noites, quando possível o “Jaguariúna Rodeo Festival”. Era homenageado. Recusava-se a sair do rodeio antes do término do Show. Dizia: – “Veja, meu filho, a alegria do povo nas arquibancadas! É a ação do Espírito Santo!”
Zelo, amor, acolhida, saudade!
Em 27 de julho de 2003, aos 96 anos, com o Rosário nas mãos, Santa Maria conduziu-o a Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida.
Sua vida, seus ensinamentos, suas lembranças permanecerão neste Memorial e para as gerações cristãs vindouras.
Com certeza tornou-se o Pai espiritual de Jaguariúna católica de 1947 a 2003.
A sua figura marcante e obra de evangelização permanecem …
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Instituição
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A Casa da Memória, criada em 2008, constitui um espaço destinado à recuperação e a preservação da memória de Jaguariúna.
Com a missão de produzir, acumular e difundir conhecimentos sobre a Memória local, a Instituição reúne em seu acervo:
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ACERVO
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Documentais textuais
Arquivos iconográficos e fonográficos
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Histórico das familias
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