Uma paisagem cultural de Jaguariúna
As fotografias de nossa paisagem cultural são preciosas, porque alimentam a nossa memória e coração e trazem diante de nossos olhos a nossa História. A memória é feita de lembranças que se apagam no tempo. Se elas forem reavivadas pela preservação dos nossos patrimônios históricos, não se apagarão. Renovarão a formação das novas gerações. Nossas paisagens culturais não podem ser destruídas, porque elas constituem a nossa identidade cultural. Esta casa tinha uma importância histórica por ser uma das onze primeiras casas da Vila Bueno, construída pelo Cel. Amâncio Bueno, em 1894. Projeto encomendado ao engenheiro ferroviário da Companhia Mogiana, Guilherme Giesbrecht. Outra importância histórica foi ter sido sede da 1ª Prefeitura e Câmara Municipal de Jaguariúna de 1955 a 1958, quando o 1º Prefeito, Joaquim Pires Sobrinho, alugou tal propriedade de seu Tio, Joaquim Pires, aquele marchante que foi SubDelegado de Polícia, na época da revolução de 1932. Ali constituiu numerosa Família, membros participantes da vida da comunidade e da Igreja, principalmente. Sua casa situava-se na Rua Cândido Bueno, na confluência com a Rua José Alves Guedes. Dr. Sebastião Paes de Almeida, ministro da Fazenda do Presidente Juscelino Kubstcheck, proprietário das fazendas Capim Fino e Cafezal, comprou e demoliu os três casarões históricos de 1894 e ergueu o atual prédio comercial e residencial de três pavimentos no começo dos anos 60, ao lado da Praça Umbelina Bueno. A demolição dos três casarões destruiu parte da história da fundação da Vila Bueno presente naquela metade de quadra do Centro Histórico de Jaguariúna. O casarão vizinho, no meio da quadra, na Rua Cândido Bueno, foi propriedade do marchante e proprietário da Fazenda Florianópolis, José Pires Júnior, depois de ter sido residência do 1º Prefeito Municipal. O outro, margeando toda esquina da Praça Umbelina Bueno pertenceu à imigrante libanesa conhecida como Dona Maria Turca, mãe de Serafim (Chafi) Abib. Cumpre preservar o Centro Histórico de toda cidade, assim como todo Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Arqueológico, Documental, Ambiental e Paisagístico de uma cidade. No início dos anos 60 não havia ainda a consciência da necessidade de preservação de um Patrimônio Histórico. Naquela época havia muitas quadras vazias no entorno do Centro histórico que poderiam abrigar a construção desse prédio vizinho ao jardim central. Os três casarões restaurados constituiriam hoje a mesma excelência arquitetônica tombada no Centro Histórico da cidade de Amparo, em torno de sua Catedral. Que pena! Que pena! Que pena! “O corpo de uma cidade é o seu povo, a alma de uma cidade é a sua história. Se esta não for preservada, recuperada, divulgada, povo e cidade perdem a sua IDENTIDADE.” (Luciano Dias Pires). A Constituição Federal - Artigo 216: O Poder Público tem o dever de intervir em benefício da proteção, preservação e promoção de um bem cultural, sob pena de responsabilização. É responsabilidade também de todo cidadão a sua preservação. Tomaz de Aquino Pires