Bairro Jardim Roseira - histórias contadas
Até por volta da Emancipação de Jaguariúna, as fazendas eram povoadas com colonos, meeiros, empregados. Nelas eles dispunham de casa de moradia, luz elétrica, água vinda das nascentes, tanques e poços, lenha que alimentava seu fogão. Eles criavam porcos e galinhas. Tinham sua horta. E tinham porcentagem combinada (metade ou parte) das plantações que cuidavam. Cocheiros e peões nas atividades pecuárias tinham seu ordenado. Várias fazendas tinham inclusive seu campo de futebol e seu time. No pós 2ª Grande Guerra houve uma conscientização maior de direitos trabalhistas. Houve necessidade de estabelecer horários diários para o trabalho e de criar um salário mínimo equivalente a uma jornada de 08 horas/dia, com férias anuais e demais direitos que foram sendo conquistados. Tal pagamento dos direitos trabalhistas a cada trabalhador tornou-se mais difícil para muitos proprietários. Muitos precisaram dispensar de pronto seus empregados, peões, cocheiros e meeiros. Tais direitos logo passaram a vigorar. Houve um esvaziamento das fazendas e sítios. Aconteceu o Êxodo Rural. E aquela população de trabalhadores rurais teve que procurar morada nas cidades. Isto forçou também sitiantes e fazendeiros a lotearem terras a preços populares. Seus terrenos eram pagos em muitas parcelas accessíveis. Da Fazenda Roseira surgiu o Bairro Jardim Roseira dividido pela estrada em Roseira de Cima e de Baixo. Era uma fazenda e por volta de 1919, “A Comarca” traz notícia de seu progresso com seu proprietário Alexandre Munaretti, imigrante italiano, casado com D. Adele Poltronieri. Ali criaram quinze filhos, seis homens e nove mulheres. Fazenda próspera, pois a roda d’água no rio Jaguari movimentava máquinas que moíam o milho, produzindo o fubá, faziam o beneficiamento do arroz. Produzia-se a farinha de milho, trabalhavam a raspa da mandioca. A Fazenda Roseira foi vendida ao Deputado Estadual Enéias Ribas Furtado em 1946, conforme a Casa da Memória pesquisou o Cartório de Mogi Mirim. O Deputado Estadual construiu ali sua residência e um Posto de Gasolina, hoje espaço tomado pela rotatória Campinas-Mogi Mirim. A Fazda. Roseira foi toda loteada. Bairros constituídos pelo êxodo rural, população precariamente escolarizada, de poucos recursos econômicos, pois estava habituada a outro tipo de vida muito simples nas fazendas. Viviam com sua vida organizada suprindo algumas necessidades básicas da família. Com sua migração esta família sofreu alterações em seu “modus vivendi” doravante a tudo pagariam com seu salário mínimo. O Bairro prescindiu por tempo de infraestrutura básica de água e esgoto. A água encanada chegou nos meados dos anos 1970. Posteriormente chegou a rede de esgoto e o asfalto. Havia a Escola Agrupada da Fazda. Sta Catarina. Ocorreu também a construção e Instalação da “Cargill Agrícola S/A”, depois vendida a outros frigoríficos, beneficiando sua população com empregos. Na virada para os anos 1980 chega a Johnson’s & Johnson’s. Com a instalação de um parque industrial na cidade a partir dos anos 1980, mais indústrias e empregos chegaram ao bairro e benfeitorias resultantes do progresso consequente. Tomaz de Aquino Pires