Estação Ferroviária de Guedes
A primeira Estação Ferroviária da Companhia Mogiana de Guedes constituiu a linha tronco Campinas- Jaguary- Mogy-Mirim e foi inaugurada em 1875. Ficava dentro da Fazenda da Barra, propriedade do Capitão José Guedes de Souza, Barão de Pirapitingui, donde recolhia o Café, o ouro verde. Era transportado até Campinas. De Campinas seguia até Jundiaí pela Companhia Paulista e de lá pela Cia Santos-Jundiaí chegava ao porto para a exportação. O Imperador D. Pedro II, vindo de Campinas, passou por esta estação, quando veio inaugurar a Estação de Mogi-Mirim e lá almoçou na casa do Capitão Guedes, em agosto de 1875. As primeiras estações de Jaguary e de Guedes permaneceram ativas até a alteração do traçado da linha ferroviária. Em 15 de dezembro de 1945 foram inauguradas as novas estações em locais diversos. Da velha estação restou a Casa do Chefe, encontra-se bem conservada, em propriedade do Sr. Sérgio Machado de Souza, chamada Sítio São Sebastião. A plataforma coberta foi transformada em barracão para depósito de equipamentos agrícolas e casa de caseiro. Houve várias retificações do traçado desta linha tronco que tiraram velhas estações da linha e colocaram novas versões nos trechos retificados. A variante Guanabara (Campinas)- Guedes foi entregue pela Mogiana entre 1926-1945.O primeiro trecho do tronco original foi alterado em1926, até Desembargador Furtado.Posteriormente chegou até Carlos Gomes (1929), e finalmente a Guedes (1945). Apenas a Estação de Guanabara permaneceu onde estava, porém reformada. Antes de 1945 o trem chegava a Guedes saindo da estação velha do Jaguary margeando o rio, ao lado da Rua Capitão Ulisses Masotti, passava pela “pedreira da Mogiana”, atrás da Fazenda Florianópolis (Serrinha), cortando a fazenda Santa Francisca do Camanducaia. Os trens transportavam muitos passageiros, e muita carga animal, outros produtos da agricultura, do comércio e das fábricas. As estações ferroviárias eram o centro das atenções e do movimento das cidades, das vilas, fazendas, sítios, povoados em geral. Havia poucas estradas, muitas não eram pavimentadas. Os carros e caminhões eram importados. A gare das estações era o local do “footing”, isto é, passeio da juventude. Lembro-me de alguns dos últimos chefes de estação, que impecavelmente trajados conduziam-na com amor à profissão: Sr. Plínio Munaretti e o Sr. Manoel Rodrigues Seixas. Este, como memorialista imortalizou em suas crônicas, a vida ferroviária, como também o agito social ao redor das estações ferroviárias, entre Circos, a capela de N. S. Aparecida, peças teatrais que escrevia e dirigia e a assistência social prestada gratuitamente, com seu carro aos necessitados. Em 1977, a estação foi desativada pela FEPASA. Não se transportaram mais passageiros. Porém Guedes Nova foi uma das poucas estações que com mais um novo traçado permaneceu no leito da linha. A plataforma e sua cobertura, infelizmente, foram demolidas. O prédio ficou abandonado e ocupado por sem-tetos e apartir de então, sofreu a ação deletéria do tempo. No ano de 2011, a Prefeitura Municipal, através da arquiteta Rosana Tavares, Diretora do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura, procedeu à restauração e revitalização desta estação que se tornou um Centro Cultural inaugurado em 23 de março de 2012. Este local já sediou exposição itinerante da Casa da Memória Padre Gomes, assim como foi realizada apresentações “Café com Viola” da Orquestra Violeiros do Jaguary regida pelo Maestro Antônio Fraga. Hoje em 2022 esta para ser inaugurado o “Centro de tradição Caipira”. Tomaz de Aquino Pires