Pediam coreto na praça
Durante a década de 1910 a filarmônica do Distrito de Paz de Jaguary não tinha um trono. Naquele momento era a Banda União Jaguariense. O povo aspirava a um coreto no largo da Igreja Matriz de Santa Maria (Praça Umbelina Bueno). A vila se alegraria. Seria um passo para depois ter um jardim. Em agosto de 1913, solicitou-se à Câmara Municipal de Mogi-Mirim a construção de um coreto. Renovou-se o pedido em abril de 14. E o povo sempre aguardava as providências. E nada! Foi então que os estimados senhores Generoso Castanho, comerciante espanhol do centro da vila e Hermínio José Masotti, filho do tabelião Ulisses Masotti, tomaram para si o encargo de trabalhar pela construção de um coreto. Quando o povo cansa de aguardar as providências que não chegam, nem caem do céu, é preciso tomar atitudes diferentes. Os dois homens de iniciativa encontraram a melhor boa vontade por parte dos habitantes da próspera vila que, satisfeitos auxiliaram os conceituados cavalheiros na sua tarefa. Para o povo aquilo vinha preencher uma falta. O semanário de Mogi-Mirim noticia: “O Sr. Hermínio Masotti, cuja dedicação pela sua terra, em todos os movimentos pelas boas causas se manifesta, já está trabalhando para a organização da planta do coreto”. A 15 de novembro de 1926, o Padre Guilherme Bruchhaüser benzeu a lápide da pedra fundamental do coreto, quando estiveram presentes autoridades municipais e pessoas de todas as classes sociais e também a corporação musical União Jaguariense, regida pelo Maestro Guerino Salmistraro. As obras foram contratadas pelo Sr. Ângelo Felippe. Nesta época o sub-prefeito local precisou tomar providências contra a enorme quantidade de vacas e cães “vagabundos” que andavam pelas ruas desta vila e que traziam sérios aborrecimentos para os transeuntes. Conta-se que certa vez um cidadão tentou afastar um bovino com um guarda-chuva aberto ao que o animal revidou, jogando-o para o alto com o seu instrumento de defesa. E assim prosseguia a vida na Vila de Jaguary. Este lado do jardim é conhecido como o “jardim do coreto”. Coreto construído em 1926 pelo povo da vila. Sofreu intervenção. Apresentava telhado inclinado encimado por uma lira. Foi retirado e restou apenas uma laje reta com molduras em cima, como cobertura, corrigindo as antigas infiltrações. Tomaz de Aquino Pires