Série imigração: imigração italiana - família Mantovani
“Assim a 1ª leva de imigrantes para o Brasil deixou o Porto de Gênova no dia 03 de janeiro de 1874, às 13 horas, a bordo do navio a vela “La Sofia”. Em seguida o Rivadávia, ambos de bandeira francesa. Desembarcaram no Brasil no dia 21 de fevereiro.” Esta data tornou-se o Dia Nacional do Imigrante Italiano. A Itália estimulou a emigração por uma questão de sobrevivência de suas famílias. “Terre in Brasile per gli Italiani” “Venire a construire i vostri sogni com la famiglia” De 1870 a 1920, sete milhões de italianos deixaram sua pátria, partindo para Austrália, EUA, América do Sul. Aqui, os italianos tornar-se-iam a mão de obra especializada para a cultura cafeeira: o ouro negro. Assim esta série nova de artigos da Casa da Memória Padre Gomes pretende relatar aquilo que tem coletado com algumas leituras e contato com suas muitas famílias de origem italiana. Agradece os genealogistas, os pesquisadores que aqui trazem sua contribuição e apela diariamente para que os queridos longevos de cada família venham à “Casa da Memória” trazer sua tradição oral. É fundamental “a memória dos velhos” a fim de que se registre para estudo e conhecimento a história oral daqueles que construíram nossa paisagem cultural. Iniciemos com a FAMÍLIA MANTOVANI. Os Patriarcas aqui chegados ao Jaguary foram Umberto Mantovani e Regina Rebecchi. Ele, Umberto, nasceu em 1875, Verona, região do Vêneto. Chegou ao Brasil com 10 anos. Filho de Sebastião Mantovani e Thereza Gobatto. Ela, Regina, nasceu em 1878, em Mântova, Lombardia. Chegou ao Brasil com 9 anos. Era filha de José Rebecchi e Drusilla (Virgília) Buganza. Casaram-se, eram lavradores do café na Fazenda Bom Retiro, Pedreira. Lá, aos domingos, Humberto aprendia ofício de ferreiro com João Etelli. Veio para Jaguary. Alugaram casa no no quintalão dos Poltronieri, na Rua Alfredo Engler onde ferrava cavalos e contava, a princípio, com a ajuda da própria esposa. A dignidade e o trabalho formaram numerosa prole: Maria Carmelita, Amábile, Vitório, Odone, Roberto, Ida, José Zacharias e Lavínia. Perderam dois filhos, ainda crianças: Afonsin e Vitória. Comprou uma casa na Cândido Bueno, em frente a Praça Umbelina Bueno onde montou sua Ferraria. Os filhos assimilavam dos Pais o exemplo do trabalho, picavam carvão, movimentavam o fole da forja, ajudavam com os pequenos consertos de pneus das charretes e ferragens das carroças, aprendiam, observando, como malhar o ferro em brasa, com a marreta, sobre a bigorna. Os filhos cresceram e casaram: Maria casou-se com Julio Corsi. Amábile casou-se com Antonio Masotti (1º casamento) e Antonio Marin (2º casamento), Ida, com Oswaldo Pires. Odone casou-se com Emília D”agostini. Vitorio, com Rosa Pestana. Roberto, com Ida Tozzi. José casou-se com Julieta Astini. E Lavinia, com Alfredo Mafra. Umberto Mantovani construiu em 1928 o Cine Odeon, na Rua Alfredo Engler nº 349. Este espaço social construiu histórias e memórias aprazíveis de Jaguariúna, até proximidades da década de 1960. Pois, além de cinema foi espaço exclusivo de carnavais, festas juninas, concorridos bailes dominicais, após a missa das dez da Matriz. Houve solenes sessões de Formatura do Grupo Escolar, assim como palestras e conferências, eventos artísticos e musicais. Hoje, aquele espaço embora alterado arquitetonicamente continua um patrimônio histórico. Os filhos que permaneceram trabalhando na Ferraria foram dedicando-se também à Mecânica. Montaram Oficina. Montaram Bomba de Gasolina que ficava na calçada, diante do edifício que tem hoje seu nome, “Umberto Mantovani” na Praça Umbelina Bueno, Nº 954. Esta Oficina tornou-se grande Posto Shell de Gasolina, na esquina da frente (1970) hoje é o Estacionamento Mantovani. E as novas gerações Mantovani continuam com o exemplo dos patriarcas italianos escrevendo a história do município. Tomaz de Aquino Pires.
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