Série imigração: imigração italiana - família Granchelli
Os patriarcas Vincenzo Granchelli e Luzia Di Túlio, chegaram ao Porto de Santos, Brasil no dia 22 de setembro de 1901. A família embarcou no Porto de Gênova em 31 de agosto de 1901. Consta que vieram acompanhados de cinco filhos. Vinham da Região de Abruzzo, da Província de Teramo e da comune de Pescara. O novo casal morava em Civitella Casanova. Vincenzo Granchelli nasceu em 12/06/ 1868 e era filho de Giovanni Pietro Granchelli e de Maria Mezzanote. Sua esposa Luzia (Lucia) nasceu em 12/04/1874 e era filha de Fioravante di Tulio e de Fausta D’Armi. Vincenzo chegou com 33 anos e Luzia, com 27 anos. Casaram-se em 26/11/ 1893. Segundo os arquivos do Memorial do Imigrante, viajaram a bordo do Navio Minas e chegaram a 22 de setembro do citado ano; conforme o Livro 069, página 141. Imigrantes da religião Católica. E seu destino era Jaguary, SP, fazenda do coronel Amâncio Bueno. Traziam os filhos: Maria Luísa (30/03/1894- 7 anos). Fiorindo (18/08/1895- 6anos). Maria Linda (17/02/1997- 4 anos). Salvatore Antonio (08/02/1899- 2 anos). Pietro Paolo (26/12/1900 - 08 meses). Chegavam como os demais imigrantes italianos, muito pobres, mas com vontade de trabalhar e vencer, com Jesus Cristo no coração, e, recitando de cor a oração de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia: “Oh Vergine Prodigiosa, Regina di Santissimo Rosario”... A fé, a esperança e o trabalho impulsionaram a família para a nova empreitada na América. Das terras do Cel. Amâncio Bueno, logo passaram a trabalhar nas terras do Barão de Ataliba Nogueira. Carpiam o café, desde a madrugada e algumas vezes até a luz do luar. O patriarca Vincenzo conseguiu salvar o filho caçula, Pedro, da morte, chorando, suplicando de joelhos, a intercessão de N. Senhora do Rosário de Pompéia. Prometeu que tendo o filho curado, retornaria a Pompéia, traria uma réplica da imagem da Madonna, construiria uma capela. O filho Pedro, milagrosamente recuperou-se. Com muito planejamento, trabalho árduo e economia de guerra, adquiriram uma fazenda. Vincenzo pagou sua promessa! Inaugurou sua Capela em 1931, na Fazenda Pompeia, entronizando a Imagem da Madonna Dei Pompei na presença de toda a numerosa família e da comunidade de Jaguary. Os filhos cresceram e casaram. Maria Luíza casou-se com Joaquim da Silva (09 filhos) , Fiorindo casou-se com Herminda Munaretti (10 filhos) Pedro casou-se com Splendora (Neru) Simidamore (11 filhos), Maria Linda casou-se tardiamente com João Frazato. Supõe-se que Salvatore Antonio com dois anos deve ter falecido na viagem. Porém, uma vez deixado a pátria, era obrigatório seu registro como tripulante, no desembarque. Esta era a norma. Os quatro filhos cresceram, trabalharam muito ajudando os pais. A família prosperou foi adquirindo fazendas de gado e de laranja: Fazenda Pinhalzinho, Fazenda Nova Pompeia e tantas outras. Os filhos compraram as terras onde, a princípio, foram colonos. Tornaram-se grandes citricultores da região. A Capela foi reformada pelos Filhos nos anos de 1980 e tiveram o cuidado de manter a arquitetura e sua imagem originais, em respeito à sua história. Tal paisagem cultural simboliza a história de luta e progresso da imigração italiana de uma família e de uma cidade, a certeza de que o progresso só vem com o trabalho intenso, com união e planejamento e muita economia aliada àquela vivência da fé cristã. Esta capela e a imagem da Madonna de Pompei integram o Cadastro do Patrimônio Histórico de Jaguariúna, por isso, preservados e tombados, simbolizando progresso, riqueza e fé do Município. Parabéns: Vincenzo e Luzia! Tomaz de Aquino Pires
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