Série imigração: imigração italiana - família Ferrari
Os patriarcas Luigi Ferrari e Ângela Luise partiram da Itália, do Porto de Gênova a bordo do Navio Attività. Eram da comune de Fiesso Umbertiano, Canaro, Província de Rovigo, Região do Vêneto. Chegaram ao Brasil no dia 18/06/1891. Luigi Ferrari declarou em 1891, na certidão de desembarque que tinha 47 anos(1844) A esposa, Angela Luise chegou com 41 anos, (1850) segundo consta do Livro 26 de Registro de Imigrantes da Hospedaria de São Paulo, página 214.Traziam os filhos: Acchiles (15 anos), Giovanni Enrico (12 anos), Angelo (09 anos), Maria (03 anos) e Beniamino (01 ano). Vieram para trabalhar na lavoura do café da Fazenda da Barra .Apenas os patriarcas com o filho João (Giovanni Enrico) aqui permaneceram. João nasceu em 25/04/1879. Casou-se com Eugênia. A italianinha cremonesa da Lombardia veio com sua família Bodini em 1888. Seus pais e irmãos cuidavam do café na mesma fazenda. Ela tornou-se doméstica, na casa grande. Em retorno de férias, em França, D. Siomara Guedes trouxe-lhe carinhosa lembrança: uma imagem de N. Sra. de Lourdes. Quando passo diante da Fazenda da Barra uma longa história de família se apossa de minha mente. Pequenos trechos de vida de imigrante italiana, contados por minha avó materna vão alinhavando-se e compondo a história de parte da população de Jaguariúna que teve ali o seu começo. Porém o casal João Ferrari e Eugênia Bodini como inúmeras famílias italianas decidiram deixar a lavoura do café e vir tentar estruturar a vida na vila de Jaguary. João Ferrari, saindo de Guedes, colocou a esposa, Eugênia Bodini, e os cincos primeiros filhos em sua carroça. As crianças encheram meio saco de palha para a mãe idosa, Ângela Luise, sentar-se, e os pequenos Deolindo (Lindo sapateiro), Maria, Eduardo, Marcelo e Rosinha, mais um galo e uma galinha, um cachorro e um gato desembarcaram em casarão alugado, na esquina, lateral esquerda da Igreja de Santa Maria, esquina da rua Cândido Bueno com a Praça Umbelina Bueno, Distrito de Paz de Jaguari. Isto por volta de 1908. O casarão tornou-se Hoje o Estacionamento Mantovani. Naquele casarão, o casal montou um bar. Serviam aos domingos de manhã, sopa e picadinho de carne moída com pão e vinho àqueles que vinham dos sítios, aos domingos, à missa e batizavam os seus recém-nascidos. O bar cresceu e tornou-se armazém de secos e molhados. E no centro da Vila de Jaguari, nasceram-lhes mais nove filhos. Lutaram muito. Perseveraram no comércio. Os filhos ao casar recebiam do pai um bar ou uma venda. Assim adquiriam trabalho próprio. As filhas também ajudavam o Pai no grande armazém de secos e molhados. Dos catorze filhos, surgiu o comércio Ferrari. Filhos do casal: Maria, casou-se com Ernesto Buffolo. Deolindo, casado com Anita Masotti. Eduardo, casado com Delphina Gothardo. Marcelo, casado com Isaura Semeghini. Rosa, casada com José Muller. Abel casado com Amélia Bueno da Silva. Luiz (Gim), casado com Alaíde Gonçalves. Giácomo (Nenê), casado com Catarina Menani. Hermelinda, faleceu criança. Adelina, solteira. Natália Tarsila, casada com Francisco Salles Pires. Hermelindo, casado com Nair Gramari. Amabilia, casada com Moacir Picelli. Marianna, Solteira. Assim muitas famílias italianas vieram para o centro do Jaguary construir sua história. Assim originaram-se tradicionais estabelecimentos como barbearias, sapatarias, cabeleireiras, bares, armazéns, farmácia. O armazém do Abel, o Supermercado do Gim e do Toninho Ferrari, a sapataria do Lindo Ferrari, o Armazém do Eduardo e a Loja do Maurício e Eurides Ferrari, a Farmácia do Wálter Ferrari e Luís Costódio, o Supermercado do Nenê e do Fonso Ferrari. Tomaz de Aquino Pires
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