Série imigração: imigração italiana - família Fontanella
Eis aqui uma síntese da pesquisa genealógica de Isabel Fontanella e memórias organizadas em seu livro. Parabéns, Isabel! Os patriarcas italianos foram Giovanni Fontanello (1857) e Cattterina Ravanello (1862). Deixaram a Região do Vêneto, uma comune de San Michele de Tagliamento em 1897, com a esperança no coração: “America, (Merica) America, America/ Cossa saràlo ‘sta America?” Saíram do Porto de Gênova, em 16 de janeiro, a bordo do navio San Gottardo e desembarcaram no Porto de Santos no dia 08 de fevereiro. Traziam os 03 primeiros filhos: Giuditta (Rosária 07 anos) Maria (04) e Ângelo (02). Seguiram de trem para a Hospedaria dos Imigrantes, SP. Vieram para trabalhar nas fazendas de café de Ribeirão Preto, mas o fazendeiro não foi buscá-los. Aceitaram proposta do Barão de Ataliba Nogueira e vieram para a Fazenda Santa Úrsula, em Jaguary. Ali permaneceram na lavoura do café por vários anos. Lavraram o café na Fazenda Castelo. Neste tempo nasceram mais três filhos: Cyrillo, Itália e Antonieta. Mudaram-se para a Fazenda Boa Esperança, mais tarde chamada Saint Cloud na divisa com Santo Antônio de Posse. Ali morava a Família Sacchi. Moravam todos na Colônia do Gato. Faziam roças de café. Neste ponto segue a linhagem específica de Cyrillo Fontanella Cirilo simpatiza e casa com Maria Sacchi 30/04/1921. Nesta fazenda nascem os seus primeiros filhos: João e Orlando. Depois de algum tempo migram para a Fazenda Santa Júlia onde trabalharam por dez anos como lavradores. Nesse período nasceram Ângelo, Armando, Waldemar e depois Odila. Aconteceu a Revolução Constitucionalista de 1932. Dois anos depois com bastante trabalho e algumas economias reservadas, o casal Cirilo e Maria já com seis filhos arrendam o Sítio São Joaquim do Sr. Davi Simão no Bairro de Guedes. Ali plantavam algodão e outros cereais. Em 1936 mudaram-se para a Fazenda da Barra na Colônia São Domingos: algodão e café. Nasce a filha Santina. Os 05 filhos maiores são alfabetizados, à noite, por outro colono, chamado Antônio Malandrim. Todos trabalhavam na roça com os pais durante o dia e a escola era distante. Em 1938 o casal com a força de trabalho, unido aos filhos, compra um sítio de 12 alqueires e meio, ao lado da Fazenda Atibaia, chamado Santa Odila. Ali permaneceram por 14 anos, lavrando a terra, de sol a sol, inclusive aos sábados até anoitecer. Fizeram muitas roças. Plantavam algodão. Tinham 7 mil pés de café, várias plantações de frutas: mamão, caju, laranja, banana e abacate. As únicas casas do sítio eram de pau-a-pique onde moraram por dois anos. O próprio patriarca construiu uma casa de tijolos com oito cômodos para a família, quando nasceu o filho caçula, Odivor. As casas de barrote tornaram-se tulhas para armazenamento dos cereais. E nos terreiros de café, aos sábados à noite faziam baile. Era o costume antigo das colônias de imigrantes. D. Maria e a filha Odila assavam frangos caipiras e rifavam no baile, para pagar os músicos e cobrir a despesa da festa. A família Trigolim fazia o som para a animada dança: Antônio era o sanfoneiro, Dante, o clarinetista e Emílio assumia o cavaquinho. Em 1945 comprou um sítio de 12 alqueires ao lado da Faz. Castelo. Ali moraram sete anos: o filho João casado com Ismênia (Irma) Ortiz e Orlando, com Sebastiana Murer. O filho Angelim, com Lourdes Murer e continuou no Santa Odila, vendido em 1952. O Sr. Cirilo, o patriarca, comprou um sítio de 4,5 alqueires, próximo da Pedreira onde se fazia extração de pedras para a Mogiana. Era chamado Sítio dos Irmãos Diogo (Caixa D’Água). E comprou também uma gleba de 2,5 alqueires de terra cujos fundos constituem, hoje, o Jardim Fontanella. Na frente, Rua Joaquim Bueno entre a Coronel e Júlia Bueno, o patriarca construiu sua casa e, trouxe os filhos para junto de si no processo de formação do Jardim Fontanela. Armando Fontanella casou-se com Paulina Panini, Waldemar, com Lourdes Marconato. Odila, com Pedro Lana. Santina com Francisco Baldassin. Odivor, com Neusa Giolo. A família Fontanella com seu exemplo de união, trabalho e dignidade ajudou a plantar, nos tempos difíceis da Vila, o progresso da Jaguariúna de hoje. A comunidade nomeou naquele bairro a Praça Cirilo Fontanela. Homenagem a este Pai e a todos neste dia!!! Tomaz de Aquino Pires.
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