Série imigração: imigração italiana - família Florian e Astini
A Casa da Memória consultou documentação sobre duas famílias pioneiras de imigrantes italianos chegadas no final do século XIX. Seu destino era o trabalho nas fazendas de café, em substituição ao braço escravo. A família Astini desembarcou no dia 23 de janeiro de 1888, a bordo do Navio Buenos Ayres. Sua procedência era da Província de Veneza, Região do Vêneto. Foi viagem longa a bordo do navio Buenos Ayres. Chegaram ao porto os patriarcas: Massimo Astini Casagrande com 43 anos de idade e sua esposa Vincenza Zanco (45). Traziam seus filhos: - Giuseppe, (18) - Luigi Astini Casagrande (11) - Pietro (8), Maria (6) - Giuseppina (03). O filho que permaneceu no Distrito de Paz de Jaguary com sua família foi Luigi Astini Casagrande nascido na Comune de San Donà di Piave/Veneza/Vêneto no dia 06 de fevereiro de 1876. Não se tem notícia da primeira fazenda de café onde se estabeleceram. Mas Luís Astini não permaneceu na roça de café. Veio para o centro da Vila. Tivemos notícia de que foi ferroviário da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Pela tradição oral soubemos que foi pessoa alegre e com espírito brincalhão gostava de pregar peripécias. Conta-se que antes trabalhou com o fotógrafo Lauro Stuttgart de Carvalho na Rua Alfredo Engler em casarão antigo. O estúdio ficava no sótão e as pessoas precisavam subir uma escada e apoiavam-se em seu corrimão. Ao receber os noivos, passou mel no corrimão da escada. Outra vez, recebeu pessoa que lhe pediu foto 3x4. Logo solicitou ao cliente enterrar-se até à cintura para ter foto de apenas meio corpo, além de outras brincadeiras que apresentava aos clientes do retratista. Contam que certa vez foi pescar, após o almoço. Vivia com o cachimbo aceso na boca. Cochilou na canoa. Perdeu o equilíbrio e caiu no rio. Acordou de pronto e saiu dele com o cachimbo aceso na boca. Luís, operário, casou-se aos 22 anos com a jovem Maria Florian. Os patriarcas da família, Pietro Florian (43) e Catterina Andreetta (33) chegaram a bordo do Navio América ao Porto de Santos em 07/09/1892. Vieram para trabalhar nas terras do Cel. Amâncio Bueno. Vieram com os filhos: Angelo (15), Maria (12), Romilda (10) Genoveffa (08). Luigia (07), Luigi (05) Angela (03). Chegou também o avô paterno (Pai de Pietro): Angelo Florian (75), provavelmente sua esposa, Maria Florian (Avó) tenha falecido na Itália. Casaram-se no recém instalado cartório de Ulisses Masotti, no dia 21 de outubro de 1899.O Juiz de Paz foi o Cel. Amâncio Bueno. Maria nasceu em 05 de outubro de 1879, Comune de Chiarano, Província de Treviso, Região do Vêneto. Seu Pai, Pietro Florian, terço diário, faleceu em 1924, quando trabalhavam no café da Fazenda Santa Francisca do Camanducaia de Totó Valente, (Couto). Com o marido ferroviário vieram morar nas casas anexas à primeira Estação do Jaguari. Tiveram treze filhos: Achilles, Isolina, Ilva, Lino, Odilo, Alzira, Nair, Gumercindo, Ignez, Raul, Romeu, Julieta e José. A Casa da Memória já publicou artigo sobre D. Maria Astini, esta admirável senhora, que como várias, naquela época, especializou-se em fazer partos e fazia-os graciosamente. Era difícil médico para atender as parturientes da roça e da Vila. Dr. Orlando Dotto deu-lhe especial orientação ao perceber seu talento. Partos normais eram feitos pelas parteiras. Vinham buscá-la à luz do sol e da lua, até debaixo de chuva. Ia atender as parturientes a cavalo, de charrete, de carroça. Em troca recebia frangos, ovos, verduras e legumes com que ajudava a sustentar os 13 filhos. Faleceu com 91 anos de idade, no dia 24 de julho de 1970, em Jaguariúna. Recebeu homenagem pública com seu nome em uma rua. Tomaz de Aquino Pires
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